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David Tomás: “Colocar no centro a felicidade e a realização pessoal de cada membro da equipa faz-nos ser uma empresa diferente da maioria delas”

David Tomás: “Colocar no centro a felicidade e a realização pessoal de cada membro da equipa faz-nos ser uma empresa diferente da maioria delas”

  • Fevereiro 05, 2019

David Tomás, cofundador e CEO da CyberClick, empreendedor, business angel e mentor de startups, gosta de falar sobre o que fazem as melhores empresas para crescer, como evolui a publicidade e o marketing online e sobre cultura empresarial e sobre como criar a melhor empresa do mundo para se trabalhar. Também é autor do livro “La Empresa más feliz del mundo“.

Antes de mais, com que estado de ânimo chegou hoje?

Em verde. Sou uma pessoa otimista e, além disso, espero acabar o dia em super verde.

Pode explicar-nos um pouco esta iniciativa?

Nasce da necessidade de nos perguntarmos como estamos e ter um diálogo que não é habitual nas empresas. Saber se cada um dos membros da equipa gosta do seu trabalho, se desfruta dele, se há alguma coisa que cause frustração, etc. O facto de o perguntar e de falar disso cada semana permite-nos encontrar oportunidades de melhorar e de nos assegurarmos que cada pessoa está feliz com aquilo que faz; caso contrário pode ser encontrada uma solução.

A felicidade dos trabalhadores é muito importante para vocês, acredita que é por esse motivo que têm sido durante dois anos consecutivos o Primer Best Workplaces para PME de Espanha?

Sim, o facto de colocar no centro a felicidade e a realização pessoal de cada membro da equipa faz-nos ser uma empresa diferente da maioria delas e isto faz com que tenhamos atividades distintas, diálogos diferentes, etc. Isto não quer dizer que não tenhamos problemas, simplesmente que os enfrentamos de outra forma e, portanto, as pessoas que fazem parte da empresa sentem-se felizes por estar aqui e valorizamos aquilo que criámos entre todos

Poderíamos dizer que na Cyberclick não existem normas?

Não existem normas estritas nem procedimentos. A base é ter uma cultura empresarial bem definida. Se a tivermos, não é necessário ter normas visto que uma pessoa tomará uma decisão tendo em consideração como esta afetará as pessoas ao seu redor e tomará a decisão que acreditar ser melhor não apenas para si-mesma.

Como se consegue que todos os funcionários de uma empresa como a Cyberclick, que é multidisciplinar e multicultural, partilhem valores?

No processo de seleção, não se pode impor determinados valores, pelo que aquilo que fazemos é contratar pessoas que têm valores parecidos aos da empresa, e isto não quer dizer que sejam completamente iguais nem que tomarão as mesmas decisões.

É verdade que qualquer pessoa pode ser excelente se for colocada num lugar onde possa brilhar? Continuamos a avaliar um peixe pela sua capacidade de trepar a uma árvore?

Estou convencido que todas as pessoas têm algo que as torna especiais. Outra coisa é se aquilo que nos torna únicos nos permite viver disso. É preciso refletir e olhar para a realidade do mercado ou encontrar uma boa ideia para poder rentabilizar a nossa habilidade ou habilidades.
Por outro lado, uma empresa tem sucesso quando identifica as coisas que uma pessoa melhor sabe fazer e é capaz de levá-las a cabo, oferecendo um produto ou serviço de valor.

O trazem para a empresa os trabalhadores felizes? E para a sociedade?

Em primeiro lugar, trazem-se a eles mesmos. Se uma pessoa está feliz e vive melhor, é o momento a partir do qual pode começar a transmitir aos outros o seu bom estado de ânimo, passando de uns a outros este sentimento.
O círculo virtuoso representa muito bem esta ideia. Se se levantar de manhã com alegria e chegar a um local de trabalho onde se sente bem, o orgulho e a autoestima crescem, sente-se melhor e conseguem-se mais sucessos na execução dos objetivos da organização. Se, ao fim do dia, chega a casa sorridente, a sua família verá que está feliz e responderá com o mesmo sentimento, fechando assim o círculo.
Desta forma, todas as partes ficam beneficiadas: você, a sua família e os seus amigos, as pessoas com as quais se relaciona todos os dias, tais como colegas, clientes ou os funcionários dos estabelecimentos onde vai almoçar ou tomar o café.

Graças ao seu livro “La Empresa más feliz del mundo”, muitos gestores puderam conhecer ou refletir sobre uma nova forma de trabalhar. Acredita que a aplicarão? É fácil no nosso ambiente? Há cada vez mais empresas que aplicam a metodologia do livro ou encontram a sua própria versão de como pode funcionar.

Não é fácil ao princípio, porque há uma inércia por romper e custa sair do círculo de conforto. Mais uma vez que explicarmos e demonstrarmos à nossa equipa que a sua felicidade é algo importante, então o processo será cada vez mais simples.

Acredita que as empresas espanholas souberam adaptar-se aos tempos ou continuam a seguir um modelo de gestão obsoleto?

Geralmente, custa a todas as empresas. Não acredito que se trate apena de um assunto de países, creio ter mais a ver com setores. Quanto maior for a pressão para mudar, mais se coloca no centro esta forma de entender o trabalho e a empresa. Nalguns setores, se não forem colocadas as pessoas no centro, é quase impossível contratar e reter a sua equipa devido à elevada procura destes profissionais.

Continua em verde?

Na verdade, passei a super verde, porque adoro falar acerca da felicidade no trabalho.

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